quarta-feira, 21 de março de 2007

Dia Mundial da Poesia

Poesia

"A poesia, ou lírica é uma das sete artes tradicionais, através da qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos. O sentido da mensagem poética também pode ser importante (principalmente se o poema for em louvor de algo ou alguém, ou o contrário: também existe poesia satírica), ainda que seja a forma estética a definir um texto como poético.

Num contexto mais alargado, a poesia aparece também identificada com a própria arte, o que tem razão de ser já que qualquer arte é, também, uma forma de linguagem (ainda que, não necessariamente, não verbal).

A poesia, no seu sentido mais restrito, parte da linguagem verbal e, através de uma atitude criativa, transfigura-a da sua forma mais corrente e usual (a prosa), ao usar determinados recursos formais. Em termos gerais, a poesia é predominantemente oral - mesmo quando aparece escrita, a oralidade aparece sempre como referência quase obrigatória, aproximando muitas vezes esta arte da música."
In Wikipédia






Neste dia especial, onde as palavras são quem ordena, nada melhor do que um grande poeta português a demonstrar o porquê de um dia dedicado à poesia.


Cavalo à solta


Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.


Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.


Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.


Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.


Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.


Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.


José Carlos Ary dos Santos

1 comentário:

Ana Rita disse...

Uma das minha escolhas sempre para ler boa poesia... Ary dos Santos deixa-me sempre uma saudade dos tempos antigos...
Beijinhos piolha!