Adoro as minhas coisas…os meus objectos! Sempre gostei de coisas básicas, do dia a dia. Tenho atenção aos pormenores. Sou capaz de andar às voltas para comprar uma simples caixa de cartão para pôr bugigangas durante horas. Procuro algo de diferente, com um pequeno pormenor que seja original. No limite senão encontro faço-a eu e satisfaço a minha vontade.
Adoro as minhas coisas…os meus bibelots que, apesar de não servirem para nada, são meus e têm um qualquer significado. Sei quem mos deu ou onde os comprei…um por um!
Adoro as minhas coisas…não me consigo desfazer de nada…da casinha de madeira que tenho desde bebé. Do quadro dourado que é um espelho e que assim descrito parece horrível, mas não é! Dos” milhentos” autocolantes dos Simpsons, do Bollicao e das batatas fritas. Das peças de roupa que já não me servem, que já passaram de moda ou que sei que nunca mais vou usar.
Estão todos no meu quarto. Estão todos sob a eminente ameaça de serem dispensados. Desde há muito pela minha mãe, que se queixa de ter dois filhos assim, “ferro-velho” como o pai, que guardam tudo. E mais recentemente pelo meu namorado que sempre que se fala em mudança de casa e eu lhe faço a lista do que vou levar da casa-mãe, se mostra pouco flexível em aceitar certos e determinados objectos. Que culpa tenho eu que seja assim? Que culpa tenho eu que o jovem tenha apenas dois ou três objectos de eleição?
Sempre tive dificuldade em fazer selecções, resumos, súmulas! Para mim tudo é importante! Gosto de tudo! Quero tudo! Que mal há em ter uma divisão da casa para: “as coisas da Piolha”!? São pequenas, inúteis, algumas feias até…mas são importantes…são da Piolha! Vá lá…diz que sim aos 20 pirilampos, às 324 molduras, aos bibelots da foca, do hipopótamo e da toupeira, aos peluches e ao serviço de chá miniatura…Vá lá! Diz que sim…são da Piolha!
